Experiência do usuário no desenvolvimento de produtos

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Agatha Carriello | Novembro 01, 2018

Você provavelmente já ficou extremamente satisfeito com uma compra, um atendimento ou com o uso de um produto/serviço no ambiente online. E isso não acontece por acaso. Todos nós, quando estamos na posição de cliente, geramos uma percepção sobre uma experiência comercial vivida. O que nem todo mundo sabe é que a origem desta sensação que o consumidor tem ao final do processo de compra é resultado de uma ação prévia, pensada e estruturada pela empresa.

Estamos falando de experiência do usuário, ou User Experience (UX). É um processo que começa na concepção de um produto, serviço ou sistema que terá algum tipo de interação com o público. Para falar sobre o tema, convidamos duas feras da Daitan que trabalham como designers de UX: Flávia Negrão e Wilker Amorim.

Experiência do Usuário: desenvolvimento do software

Flávia explica que UX é fundamental no desenvolvimento de produtos digitais, sendo essencial o envolvimento dos profissionais que trabalham na área desde a concepção do produto até o lançamento, perpassando pela sua integração com o time de desenvolvimento. “A atuação do designer não é pontual e sim contínua, pois após um produto sendo lançado, é preciso medir sempre para poder ter subsídios sobre o que está indo bem e o que pode ainda ser melhorado, o que está sendo usado e o que não”, garante Flávia.

Wilker tem da mesma percepção.O UX Designer tem um papel de trabalhar a qualidade e funcionalidade dos sistemas, entendendo as necessidades do usuário final por meio de entrevistas, análises, pesquisas entre seu leque de técnicas e metodologias, propondo assim maior facilidade e inteligência as soluções desenvolvidas. Atuar como UX Designer é atender aos interesses do público-alvo levar a eles a melhor experiência, conciliando as capacidades do time de desenvolvedores (engenheiros, analistas, testers, programadores) e o potencial de investimento dos donos da solução”, diz o profissional.

Processos e Etapas

De acordo com Flávia, hoje não existe um processo de UX padrão, pois cada empresa tem suas particularidades e a ideia é que as soluções possam se adaptar à realidade de cada um. Ainda assim, a equipe sugere que o processo de UX envolva no mínimo as seguintes etapas:

  • pesquisa: é o momento em que conhecemos e entendemos os nossos usuários e suas necessidades, identificado os requisitos do produto. Algumas técnicas que podem ser aplicadas são: entrevistas, questionários, pesquisa contextual, benchmark;
  • análise: após a coleta de dados da pesquisa, a etapa de análise visa identificar oportunidades de design e levantar algumas hipóteses. É o momento que saímos do como para entender os porquês. Para isso, podemos usar as seguintes técnicas: definição de personas, jornadas do usuário, storyboards, fluxo do usuário, cenários são identificadas as oportunidades de design;
  • design*: as hipóteses são transformadas em conceitos aplicando técnicas como protótipos de papel, de baixa fidelidade digital, design colaborativo. Quanto mais alternativas forem desenhadas, melhor. É o momento de ser criativo;
  • prototipação*: implementação da ideia, adicionamos mais detalhes ao design, criando protótipos de alta fidelidade, definição do design visual, dos ícones, cores, fontes. E para tal, podemos criar protótipos de alta fidelidade e iterativos, definir o guia de estilos, criar a biblioteca de componentes, etc.;
  • testes com usuários*: a última e talvez a mais importante etapa que é testar o design proposto com usuários e coletar feedback através de sessões de testes. Eles podem ser através de Testes A/B, Testes de usabilidade, Beta Launch, Analytics, etc..

*As três etapas são iterativas e colaborativas, ou seja, projeta-se, prototipa-se e testa-se e a partir do feedback obtido, o ciclo se repete.

Evolução

Atualmente o UX Designer é indispensável para criação de qualquer solução. Wilker conta que isso acontece porque nos últimos 10 a 15 anos, os avanços da tecnologia somados às crescentes demandas e expectativas das pessoas por soluções mais inteligentes e completas, fez com que o papel do Designer passasse a ser fundamental no desenvolvimento e manutenção de softwares no mercado. Assim essa evolução está muito ligada a esses dois polos: a capacidade tecnológica disponível no mercado e as necessidades das pessoas em melhorar suas rotinas.

Para Flávia, a evolução de UX design no mundo tem sido surpreendente. “Estou na área há mais de 20 anos. É possível notar como empresas que investem em processos de design têm se mostrado diferenciadas no mercado. Hoje em dia, não investir em processos de design significa estar sujeito à perda de clientes. Além de redução de vendas e, consequentemente, a perda de receitas e lucro”, explica.

Valorização Profissional

A valorização dos profissionais de UX pode ser vista no Brasil e no mundo, a considerar o número crescente de vagas que podem ser observadas no LinkedIn. No entanto, há diferenças no grau de maturidade dos processos de design nas empresas. Algumas adotam desde a concepção, algumas somente a prototipação. Porém, o importante é que, em menor ou maior grau, as empresas estão se dando conta da importância em ter profissionais de design em seus times e o benefício que este investimento trará no futuro. “E o quanto antes o designer estiver envolvido, melhor”, ressalta Flávia.

Hoje na Daitan, temos um time com profissionais divididos em times dentre os vários clientes da empresa. Os perfis são diferenciados e complementares, como designers, analistas de sistemas, engenheiros de computação, designers gráficos e publicitários. Todos eles têm um elemento em comum: a preocupação em entender o usuário e projetar produtos que se adequem a suas necessidades, colocando usuário no centro do design.

Papel do Designer

Na maioria dos clientes, o designer atua como uma peça chave no desenvolvimento do produto. Ele é a ponte entre o gerente de produto e sua visão, e o time de desenvolvimento. O designer atua muito próximo ao time de desenvolvimento, tirando dúvidas quanto a design proposto e se adaptando quando há algum empecilho técnico. “A Daitan dá muita importância aos profissionais no desenvolvimento de produtos. Ela conhece os benefícios que  podem trazer aos seus clientes através de produtos melhores e mais adequados às necessidades do negócio e dos usuários”, conclui Flávia.

Para Wilker, a tendência é o aumento de contratações desse profissional. “Devido aos excelentes feedbacks sobre a atuação do time de UX, muitos desses clientes aumentaram o número de designers em seus projetos. Assim, a Daitan está cada vez mais empenhada em fechar novos negócios pensando nesse profissional. Consequentemente, deve aumentar suas contratações”, garante.

Separamos alguns dados que ajudam a ter uma ideia da importância de investir em boas experiências de uso:

  • Scroll infinito pode diminuir as taxas de abandono na sua homepage (bounce rate). O site time.com reduziu o abandono em 15 pontos percentuais depois de adotarem scroll infinito na página inicial.
  • Em 10 anos, um investimento de $10.000 dólares em uma empresa centrada em design teria dado um retorno228% maior do que um investimento convencional na bolsa de valores.
  • Escolher um determinado tom de azul resultou em lucro adicional de $80 milhões de dólares para o Bing.
  • Para cada $1 dólar investido em e-mail marketing, o retorno médio é $44,25.
  • 88% dos consumidores online alegam menos chance de retornar a um site depois de uma experiência de uso negativa.
  • Sites que demoram para carregar custam às empresas $2,6 bilhões de dólares por ano.
  • Julgamentos dos usuários sobre a credibilidade de um site estão 75% baseados na qualidade estética do site.
  • 85% dos adultos acreditam que o site mobile de uma empresa precisa ser tão bom (ou melhor) do que o site desktop da mesma empresa.
  • Você tem 64 vezes mais chances de escalar o Monte Everest do que clicar em um banner.