Outubro Rosa

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Agatha Carriello | Outubro 08, 2019

Diagnóstico e prevenção do câncer de mama

Fontes: Ministério da Saúde, INCA (Instituto Nacional de Câncer), Minha Vida (minhavida.com.br) e Dra. Fabiana Baroni Alves Makdissi (CRM 92598).

O câncer de mama é considerado hoje o segundo tipo que mais atinge mulheres no Brasil e no mundo, representando, aqui, cerca de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino, ficando atrás apenas para o de pele não melanoma. Apesar de se tratar de uma ocorrência rara, a doença pode atingir o sexo masculino, sendo estimado que 1% do total de casos da doença sejam em homens.

Ainda que inabitual, o câncer de mama pode ser diagnosticado a qualquer momento, sendo mais comum a sua incidência após os 50 anos de idade, onde cerca de 80% dos casos são detectados. Abaixo dos 40 anos, esse número cai para 7%. Estatísticas indicam que países desenvolvidos e em desenvolvimento tiveram um aumento da sua incidência e ao todo, no Brasil, foram estimados 59.700 novos casos em 2019, com risco previsto de 56 ocorrências a cada 100 mil mulheres.

Não há uma causa específica para o desenvolvimento da doença, havendo diversos agentes relacionados, como: histórico familiar, idade, menstruação precoce, menopausa tardia, reposição hormonal – principalmente de esteroides, como estrógeno e progesterona –, colesterol alto, obesidade, ausência de gravidez, lesões de risco, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação de ionizante.

Fatores que podem diminuir o risco de desenvolvimento do câncer de mama estão diretamente associados à prática de atividade física e alimentação saudável, com manutenção do peso corporal adequado. Além disso, a amamentação também é considerada um fator protetor. Essas atitudes podem resultar numa diminuição de até 30% dos casos, quando adotadas.

Os sintomas da doença variam conforme o tamanho e estágio do tumor, sendo imperceptíveis nas etapas iniciais. Caso o nódulo seja sentido ao toque do dedo, significa que ele já alcançou cerca de 1 cm³, representando uma lesão significativa. Os principais sintomas são: vermelhidão na pele, inchaço ou calor, alterações no formato dos mamilos e das mamas, nódulos na axila, secreção escura saindo pelo mamilo, pele enrugada como uma laranja e, em estágios avançados, a mama pode abrir uma ferida.

Por conta disso, é de extrema importância que os exames preventivos sejam realizados antes do aparecimento destes e de qualquer outro sintoma. Além da mamografia, ressonância magnética, ecografia e outros exames de imagem que podem ser feitos para identificar uma alteração suspeita de câncer de mama, é necessário fazer uma biópsia do tecido coletado. Neste material, a equipe médica consegue identificar se as células são tumorosas ou não. O tratamento será determinado pela presença ou ausência de receptores hormonais na célula maligna, bem como o prognóstico do paciente.

Mulheres com idade entre 50 a 69 anos, devem realizar mamografia de rastreamento com uma periodicidade de dois anos. Esse exame identifica o câncer em seu estágio inicial, quando ainda o paciente não está submetido aos sintomas. A mamografia nessa faixa etária, de forma bienal, é a rotina adotada na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e tem como resultado benéfico a redução da mortalidade neste grupo.

Em homens, por se tratar de uma doença rara, não existe um rastreamento do câncer de mama, ou seja, não é realizado a mamografia de rotina, exceto nas circunstâncias em que o paciente chega ao médico com alguma queixa. Portanto, é importante que cada um fique atento aos sintomas como surgimento de caroço próximo ao mamilo, dor unilateral na mama, retração e secreção pelo mamilo. Ao primeiro sinal, deve-se procurar a ajuda de um especialista.

Devido ao tamanho da mama masculina ser pequena e os nódulos ficarem atrás do mamilo, geralmente não é possível realizar cirurgias que retiram apenas parte da mama. A cirurgia fará a remoção completa da glândula mamária com a aréola e o mamilo, tendo de sair como margem de segurança um ou vários gânglios da axila no mesmo tempo cirúrgico.