Por Erick & Romão - membros do CORE (Comitê do Respeito, Diversidade e Inclusão da Encora)
Nas décadas de 1950 e 1960 as pessoas LGBTs que moravam nos Estados Unidos enfrentavam uma política de repressão e marginalização. Poucos eram os estabelecimentos que as recebiam em seus espaços, mas o bar Stonewall Inn, localizado em Manhattan, Nova York, era um dos maiores pontos de encontro deste público. O bar passou a ser alvo da polícia conforme foi ganhando popularidade e então, na manhã do dia 28 de junho de 1969, sofreu uma violenta invasão.
A multidão assídua do bar, predominantemente composta por travestis, transsexuais, drag queens, pessoas negras e latinas, dentre outras representatividades, organizou-se em frentes protestantes e moveu diversos atos de reação a violência que vinham sofrendo. Durante as semanas nas quais perdurou o confronto, essas pessoas permaneceram protegendo o Stonewall, como prova de que aquele lugar era, para além de um lugar de pertencimento, um espaço de conquista do povo LBGT.
A partir de 1970, surgem em Nova York, São Francisco, Los Angeles e Chicago, as primeiras marchas e paradas do orgulho LGBT, em homenagem e comemoração à manifestação de Stonewall, e, sendo assim, junho passou a ser mundialmente conhecido como o Mês do Orgulho LGBT, um mês de luta e resistência.
Para saber mais:
Documentário (Netflix): A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson (2017)
O que significa LGBTQIA+?
A sigla que representa o movimento acompanha mudanças conforme os debates avançam nas pautas de diversidade sexual e de gênero. Desde 2008, com a intenção de seguir pautas internacionais e também de trazer maior visibilidade, a sigla que compõe os documentos oficiais e descreve o movimento de minorias é a LGBT.
Atualmente, a fim de trazer cada vez mais inclusão e fomentar o debate de forma mais ampla, tem-se usado a sigla LGBTQIA+, que destaca uma maior quantidade de grupos e também levanta pautas que abraçam um número cada vez maior de manifestações de gênero e de sexualidade. As letras desta sigla significam:
- L: Lésbicas;
- G: Gays;
- B: Bissexuais;
- T: Travestis, Transsexuais e Transgêneros;
- Q: pessoas Queer;
- I: pessoas Intersexo;
- A: pessoas Assexuais e Arromânticas;
- +: símbolo que representa toda e qualquer manifestação para além das acima citadas e de grupos que também são minorias.
O que significam as cores do arco-íris?
A famosa bandeira que mostra o arco-íris nasceu em 1978 quando, a pedido de Harvey Milk, primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo público na Califórnia, como supervisor da cidade de São Francisco, o artista Gilbert Baker criou um ícone para a comunidade LGBTQIA+, que até o momento não tinha um símbolo oficial.
O artista começou o processo de desenvolvimento da bandeira se inspirando no movimento hippie, que enxerga no arco-íris um símbolo de paz, e também na canção Over the Rainbow, tema do filme O Mágico de Oz, composta por Harold Arlen com letra de Yip Harburg, que fala sobre um lugar muito bom além do arco-íris. A bandeira, originalmente, foi apresentada com 8 cores em paralelo, tendo um significado para cada uma:
- Rosa: sexualidade;
- Vermelho: vida;
- Laranja: cura;
- Amarelo: luz do sol;
- Verde: natureza;
- Turquesa: mágica/arte;
- Anil: harmonia/serenidade;
- Violeta: espírito humano;
Contudo, esse é apenas um dos diversos símbolos que representam a comunidade LGBTQIA+. Outro símbolo muito importante, que reflete esta luta no decorrer da História, é o triângulo rosa com a ponta para baixo. Usado durante o Regime Nazista para identificação de homens que foram capturados por serem homossexuais, esse símbolo passou a representar movimentos internacionais favoráveis às minorias sexuais, apesar de ser menos popular do que a bandeira do arco-íris.
A ideia da bandeira LGBTQIA+ é apresentar e englobar essa diversidade que abrangem as siglas. Com isso, foram ocorrendo novas adequações à bandeira original. Recentemente, uma nova versão surgiu, sendo mais inclusiva com os integrantes da comunidade, na qual, além das cores do arco-íris, também há também o preto e o marrom, em referência à diversidade racial, e o rosa, branco e azul, que representam os transgêneros.
Ao longo do tempo, também surgiram bandeiras para representar cada uma das lutas que compõem a comunidade LGBTQIA+, como: Bandeira do Orgulho Bissexual, Bandeira do Orgulho Pansexual, Bandeira do Orgulho Assexual, Bandeira do Orgulho Lésbico, Bandeira do Orgulho Intersex, Bandeira do Orgulho do Gênero Fluido, Bandeira do Orgulho Trans e outras mais.